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8 de maio de 2025

Rio lança projeto para atrair ‘big techs’ para data center na cidade


Elea, empresa do Grupo Piemonte, vai expandir unidade que já possui no município e empreendimento oferece até 3,2 GW de energia limpa em expansões futuras

Enquanto o governo federal monta a proposta para incentivar a entrada de data centers no país, o Rio está apresentando a potenciais investidores o projeto que dá origem à Rio AI City, um centro de inovação e inteligência artificial na região do Parque Olímpico, zona oeste da cidade. O RJO1, o primeiro centro de dados do empreendimento, em operação desde a Rio 2016, pertence à Elea Data Centers, empresa responsável pela concepção e desenvolvimento do Rio AI City, conta com a Prefeitura do Rio como apoiadora.

Como atrativos para a formação de um dos dez maiores data centers do mundo – objetivo da Elea com o Rio AI City -, está a estrutura com capacidade de entrega de até 3,2 gigawatts em energia, uma vez que os equipamentos são altamente demandantes de eletricidade. Além disso, uma rede de cabos submarinos que permite a navegação de dados com todo o planeta está construída no local e foi utilizada na Olimpíada de 2016.

A unidade RJO2 ficará pronta em 2026 e utilizará 80 MW. Na sequência, serão entregues a RJO3 e a RJO4, que vão acrescentar, aproximadamente, outros 120 MW. A expansão seguirá de forma contínua até atingir 1,3 GW adicionais, consolidando a meta de 1,5 GW na primeira fase – com potencial de alcançar até 3,2 GW em fases futuras.

O RJO1 foi construído para Olimpíada de 2016 e adquirido pela Elea em 2021. O RJO2 é um projeto em desenvolvimento que teve início com os trabalhos de modernização da subestação de energia, iniciados em 2024. A construção do data center RJO2 está prevista para começar no segundo semestre de 2025, com primeira entrega estimada para 2026.

A iniciativa da Elea – plataforma de infraestrutura de TI sustentável controlada pelo Grupo Piemonte, empresa de investimentos especializada em infraestrutura digital – ocorre em um momento em que o governo brasileiro prepara o arcabouço legal para atrair data centers de todo o mundo para o país. O serviço é fundamental para as “big techs”, que utilizam bancos de dados para suportar armazenamento na nuvem e desenvolvimento de inteligência artificial, entre outras aplicações.

Na terça-feira (6), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou nos Estados Unidos a nova Política Nacional de Data Centers – batizada de Redata – a executivos de empresas de tecnologia. O governo pretende atrair data centers para o país e, para isso, quer reduzir a carga tributária do setor, aumentar a segurança jurídica e a oferta de energia limpa.

A energia limpa é justamente um dos pontos citados por Alessandro Lombardi, CEO da Elea. Os 3,2 GW de energia prometidos provêm de geração hidrelétrica na matriz renovável do país.

“A partir de 2023, iniciamos um projeto de expansão, o data center hoje está cheio, a gente vendeu todos os espaços que tínhamos”, conta Lombardi, que falou com o Valor a partir da Califórnia, onde se reuniu com executivos de empresas com potencial de se tornarem clientes do Rio AI City. Ele inclusive encontrou o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que estava no país para vender o projeto.

“Ele estimulou a grandeza [do empreendimento]”, diz, em referência ao prefeito, que na semana passada havia citado o Rio AI City no Web Summit, evento de tecnologia no Rio.

Ambos evitam falar valores totais do investimento necessário, mas ressaltam que a maior parte dos custos será das próprias empresas com as instalações. “Garantindo a demanda, o financiamento é a parte mais simples”, afirmou o prefeito ao Valor enquanto aguardava o voo que o levaria de Los Angeles para San Francisco no roadshow em que se encontra com representantes das companhias que tem potencial de instalação na Rio AI City. Ele ressaltou que as conversas até o momento foram “positivas” e garantiu que o investimento no projeto será privado. “O que a prefeitura tem que fazer é dar as condições imobiliárias, regulatórias”, disse. “O que for necessário fazer, a gente vai fazer.”

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Valor Econômico